quinta-feira, 13 de setembro de 2012 z2u6l

A redução do custo da energia 2r284x


GERSON PERES

1x5xh

Professor, advogado e político



Quem haveria de ver? As casas e as empresas, no Pará – e porque não dizer em todo o Brasil – são vítimas do alto custo da energia. Dizer isto parece exagero. Mas não é não. Há, sim, uma causa profunda, antecipada de fatores de longo prazo que determinam os prejuízos causados pela reduzida utilização da força e luz. O Brasil tem uma energia elétrica das mais caras do mundo. Afeta a segurança produtiva e o orçamento doméstico, conseqüentemente das empresas, pequenas, médias e grandes, dos hospitais, das ruas e praças. O pagamento da luz, no fim de cada mês, estressa todos os consumidores. Não há argumentos que justifiquem os preços como estão sendo cobrados. Não convencem os brasileiros prosseguir sustentando essa agencia e suas ações burocráticas e reguladoras. Por ocasião da criação dessas agências, votei com ressalvas e contestei as excessivas delegações de poderes e autonomia. Cheguei a indagar: não seriam mais eficientes e econômicas as secretarias técnicas vinculadas ao poder executivo? O regime não é presidencialista? O alinhamento do custo-benefício seria mais prático sob a imediata ação do chefe do poder executivo. Não sofreria a longa e infernal caminhada burocrática e especulativa dessas agências. Cobrança do custo da energia das famílias e das empresas é despropositada, imposta pelo exagerado ônus dos penduricalhos tributários, incidentes também à geração, à transmissão e à distribuição, - a conhecida GTD. A presidenta Dilma quer reduzir os custos. Louve-se. É bom, entretanto, que use o seu poder delegado pelo povo nas urnas. Convença-se que a simples redução ou extinção de encargos setoriais e dos Confins/Pis, cobrados, na conta dos consumidores, como sinaliza, não abaixará o preço ao patamar dos países competitivos. Para o importante objetivo de sua decisão de corte para reduzir o custo da energia, de conformidade com o interesse nacional integral, é indispensável que esse corte alcance as GTD. Estas, pasmem, respondem pela metade da fatura. O corte dos 10% a 20% suaviza. Não atende, porém, ao setor produtivo, destacadamente, o industrial, que reivindica 35%. Fundamenta-se, em judicioso estudo e afirma: “só com esse redutor, o custo médio da energia para a indústria, de 329 megawatts cairá para perto da média de R$ 204 reais das dez maiores economias do mundo, considerados apenas os R$ 165 por megawatt–hora, em média, que a indústria brasileira paga referente as GTD. A nossa tarifa é mais que o valor cheio cobrado às industrias, localizadas em importantes concorrentes, como os EEUU, China e Argentina”. A presidenta Dilma, conhecedora do problema energético do Brasil, certamente, creio, postergará as medidas suavizadoras. É importante interferir nessa agência que bem pouco, significativamente, contribui para que os brasileiros e suas empresas paguem suas contas de força e luz a preços justos, uma vez que o patamar energético contraría o princípio da justiça social às pessoas físicas e às empresas. Dilma ao proclamar que “o governo federal vai mudar o patamar da energia elétrica praticado no Brasil”, as esperanças se renovam e servem de estimulo e reflexão aos governos estaduais. O ICMS que, no Pará, se cobra na energia do consumidor, com os custos das GTD e dos tributos é um dos maiores do país e merecedor de uma redução mais justa, tanto para as famílias como para o setor produtivo. Que as palavras de todos os responsáveis pela redução dos custos de energia não voem ao sopro dos ventos.